Até que ponto amamos as pessoas? Até um ponto em que ainda correspondam às nossas expectativas? Quanto elas valem para nós? Será que nossa amizade por alguém com quem estamos “falando de Jesus” continua a mesma quando a pessoa decididamente não quer nada com Deus – pelo menos não dentro dos nossos moldes? Estamos dispostos a amar aqueles que constantemente cometem os mesmos erros?
Imagine o que teria acontecido com Pedro se Jesus se tivesses cansado dele! Estaria perdido! Pedro era imaturo, presunçoso, inoportuno, falava muito e fazia pouco. Dizendo-se pronto para morrer por Cristo, negou conhecê-lo diante de pessoas bem pouco ameaçadoras. Pedro é o protótipo do amigo que nos decepciona a ponto de dizermos: chega! Mas Jesus foi além. Amou-o até o fim. Amou-o mais do que Pedro o amava e, mesmo assim, insistiu para que o seguisse. Fez Pedro ver que seu amor pelo Mestre não era tão grande quanto ele dizia ser. Depois de sua ressurreição, Jesus se assenta com Pedro e, com amor, questiona o tamanho do seu amor por Ele. Com amor, tornou-o consciente da fragilidade de seu compromisso em seguir a Cristo e animou-o a prosseguir e a cuidar de rebanho (João 21.15—17). E Pedro conseguiu. Tempos depois, sua vida seria transformada e sua imaturidade e imprudência dariam lugar a um caráter sólido e determinado. Tudo isso porque Jesus o amou até o fim.
Não é fácil amar até o fim a quem não corresponde às nossas expectativas. Não é fácil insistir em amar quem nos decepciona. Mas esta é a marca distintiva do cristão: amar. Pois nós também não correspondemos às expectativas de Deus e o decepcionamos tantas vezes. Mesmo assim, sua paciência e insistência nos constrangem e nos levam a níveis mais profundos de maturidade e comprometimento. Porque ele insiste em nos amar até o fim, nós podemos amar os outros também, com o amor que recebemos de Deus. Vale a pena amar as pessoas até o fim, pois é assim que Deus nos ama…
(Texto de Conservo Valnei Eder Batista)