Aos que sempre me amaram, independente dos meus erros.
E aos que me afligem com sua
infantilidade besta, recusando minha amizade sincera.
Amo vocês.
Em tempos tão modernos, onde as relações se tornam cada vez mais virtuais e os verdadeiros amigos tornam-se cada vez menos palpáveis, vejo-me incomodado pela necessidade de esclarecer alguns pontos de vista que levo comigo a respeito de amizade, comunhão e convivência.
Não que sejam três coisas diferentes, aliás, são peças inseparáveis de uma máquina movida pela compreensão, cumplicidade e amor.
Aliás, ser amigo não é impor suas vontades e ficar magoado se alguém não as cumpre, não é ajudar esperando recompensa, e nem tampouco amar na ânsia de ter este tão nobre sentimento correspondido à altura. Amizade é andar junto, em cumplicidade. É entender a dor do outro, compadecer-se dele e andar mais uma milha, por mais doloroso que seja o caminho. Ser amigo é compreender a vida e os sentimentos do outro, é entregar-se sem reservas à uma jornada que provavelmente não será bancada por ninguém. É tudo por sua conta e risco.
Amizade não é superar as diferenças, mas nem sequer notá-las. É ser íntimo de alguém… mas aqui é preciso atenção: intimidade não é poder tocar, abraçar ou olhar o outro, mas sim conhecê-lo com propriedade e certeza, é ter nas mãos a chave do cofre onde estão guardados os seus segredos mais obscuros.
Ao contrário do que pensa a maioria, a verdadeira amizade não termina quando uma das partes rompe de alguma forma o contrato social pré-determinado pela convivência entre elas. O que acontece no entanto é o contrário – podemos ter ao nosso lado o mais fiel amigo, se ele falhar em um momento que seja, todos os bons momentos que passamos juntos serão jogados na lixeira. E o condenaremos, com pedras empunhadas, prontas para apedrejá-lo assim que ele manifestar sua reação.
A palavra perdão, que tanto insiste em aparecer em nossas orações, não é por nós compreendida nessas horas. Aliás, quando alguém falha conosco, perdoar é a última coisa que pensamos. Somos impacientes no amor, ingênuos na comunhão, rasos na convivência e incompetentes na amizade.
Comunhão é viver lado a lado, passo a passo; é chorar, sorrir, sofrer ou vencer juntos. Viver em comunhão é não negar o amor, é conviver não só nos momentos de júbilo, mas principalmente na mais sombria noite, no mais tenebroso vale ou na mais terrível descida.
Não sabemos viver em comunhão. Não sabemos viver a amizade e usufruir dos bens exclusivos que ela nos proporciona. Não passamos de sanguessugas, à procura de nossas próprias vontades, mesmo que isso custe o sangue de alguém.
Eu dou graças aos amigos que fiz. Os que estão perto e os que estão longe. Os bons amigos de verdade, os que me serviram e que se permitiram ser servidos. Os que me amaram sem pedir nada em troca, mas que não negaram a mim o prazer de amá-los também.
fonte: t7
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